sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Gabriel, O Pensador doa R$ 10 mil a catador que achou US$ 1,4 mil no lixo

O cantor fez uma 'vaquinha' entre amigos e visitou homem para entregar a quantia
O rapper Gabriel, O Pensador fez uma "vaquinha" com amigos e doou R$ 10 mil na noite desta quinta-feira, 22, ao catador de materiais recicláveis João Rodrigues Cerqueira, que devolveu US$ 1,4 mil achados em meio ao lixo no Distrito Federal. O artista foi ao barracão, em uma invasão em Brasília, onde Cerqueira mora com a mulher e a filha de dez meses, para entregar a quantia ao homem que está sendo visto como exemplo de honestidade. 
“A gente vive em um mundo onde os valores estão tão distorcidos que as pessoas se surpreendem quando um cara faz o certo. Então, eu primeiro vim para dar os parabéns e destacar mais uma vez isso”, disse Gabriel a Cerqueira como mostra reportagem do G1
Cerqueira já não é mais catador de lixo, após ter devolvido o dinheiro ao fonoaudiólogo Bruno Temistocles, ele ganhou um emprego de ajudante de obras na construtora da família do dono dos dólares. O salário é de R$ 1,5 mil - mais do que o dobro do que recebia na cooperativa, R$ 600.
Ele contou ao G1 que pretende usar o dinheiro para ajudar a mãe a construir a própria casa. "Foi ela que me incentivou para ser a pessoa que eu sou.”cooperativa.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Justiça critica promotor por humilhar vítima de estupro

São Paulo – A 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul pediu investigação do promotor de justiça Theodoro Alexandre da Silva Silveira por ter humilhado uma vítima de abuso sexual há dois anos. 
“Vou me esforçar pra te “ferrá”, pode ter certeza disso, eu não sou teu amigo”, afirmou ao promotor para a adolescente de 14 anos. 
O fato aconteceu durante um processo da jovem contra o próprio pai, acusado de abusá-la e engravidá-la. Ela obteve autorização judicial para realizar um aborto
Cerca de um ano depois, a vítima mudou a versão dos fatos e negou o estupropor parte do familiar. Apesar disso, um exame de DNA comprovou que o bebê era do pai, o que lhe rendeu uma pena de 27 anos de prisão.
“Tá, assim ó, tu pegou e tu fez, tu já deu um depoimento antes (...), tu fez eu e a juíza autorizar um aborto e agora tu te arrependeu assim? Tu pode pra abrir as pernas e dá o rabo pra um cara tu tem maturidade, tu é auto suficiente, e pra assumir uma criança tu não tem? Sabe que tu é uma pessoa de muita sorte, porque tu é menor de 18, se tu fosse maior de 18 eu ia pedir a tua preventiva agora, pra tu ir lá na FASE, pra te estuprarem lá e fazer tudo o que fazem com um menor de idade lá”, afirmou o promotor Theodoro Alexandre durante a audiência, em 2014. A fala foi gravada em imagem e áudio.
No relatório emitido pela desembargadora Jucelana Lurdes Pereira dos Santos, ela diz que o promotor tratou a jovem “como se ela fosse uma criminosa, esquecendo-se que só tinha 14 anos de idade, era vítima de estupro e vivia um drama familiar intenso e estava sozinha em uma audiência”. 
Por não ter interferido no depoimento da vítima, a postura da juíza que conduzia o caso, Priscila Gomes Palmeiro, também foi questionada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. 
Ao analisar o processo, os desembargadores da 7ª Câmara Criminal consideraram o caso como “lamentável”. 
“A 7ª Câmara Criminal lamenta profundamente a forma como foi ela [vítima] recepcionada pelo sistema de justiça, e que tem ela, se quiser, o direito de postular indenização pecuniária junto ao Promotor de Justiça, uma vez que mais do que falta grave, agiu este com dolo, ao lhe impor ilegais constrangimentos”, diz o texto.
A conduta do promotor e da juíza será investigada pelo Conselho Nacional do Ministério Público, pela Procuradoria-Geral de Justiça e Corregedoria-Geral da Justiça – caberá a eles decidir abrir ou arquivar a apelação. 

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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Procurador diz que parlamentares podem agir para encobrir seus crimes

A força-tarefa da Operação Lava Jato sustenta que a propina de R$ 10 milhões para barrar a CPI da Petrobrás, em 2009, ao então senador Sérgio Guerra (presidente do PSDB – morto em 2014) e ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) ‘não foi prática isolada’.
Nesta terça-feira, 6, os procuradores da República denunciaram Ildefonso Colares Filho, ex-executivo do grupo Queiroz Galvão, e Erton Medeiros, empresário ligado à Galvão Engenharia, pelo crime de corrupção ativa – eles ofereceram, segundo a acusação do Ministério Público Federal, R$ 10 milhões em propina aos parlamentares.
Esta é a segunda denúncia da Lava Jato que atinge as Comissões Parlamentares de Inquérito que foram instaladas com o objetivo de apurar desvios em contratos da Petrobrás.
Em 6 de maio deste ano a Procuradoria denunciou o ex-senador Gim Argello e outros investigados que teriam acertado o pagamento de propina para barrar as investigações de CPIs da Petrobrás em 2014.
Nesta época, a fase ostensiva da Lava Jato já havia sido deflagrada.
Os procuradores sustentam que, mesmo com a Lava Jato em curso, Gim Argello agiu com o objetivo de obstruir os trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) instauradas no Senado e na Câmara, ‘as quais tinham também por objetivo investigar crimes praticados no âmbito da Petrobrás’.
“Com mais esta denúncia, as investigações da Lava Jato indicam que o pagamento de vantagem indevida para impedir ou atrapalhar os trabalhos de CPIs não foi uma prática isolada”, afirma a Procuradoria da República.
Para o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, a provas do pagamento de propinas a parlamentares para barrar CPIs da Petrobrás, em 2009 e em 2014, ‘são perturbadoras’.
“Não só porque a casa foi assaltada e o guardião subornado para garantir a impunidade. Não só porque isso aconteceu na mais alta esfera da República. Isso perturba especialmente porque se os parlamentares agiram para barrar a investigação de crimes praticados por terceiros, há uma perspectiva de que poderão agir para barrar a investigação dos crimes que eles próprios praticaram. Na medida em que o número de parlamentares investigados aumenta, nossa preocupação cresce. A sociedade precisa ficar atenta, porque reações contra a Lava Jato já começaram e se fortalecerão, tanto mediante campanhas difamatórias como por meio de iniciativas legislativas”, aponta Deltan.
O PSDB afirma que nunca recebeu valores ilícitos.
O deputado Eduardo da Fonte nega taxativamente envolvimento com a trama para abafar a CPI da Petrobrás em 2009.