quarta-feira, 12 de julho de 2017

Agamenon: ​a ida dos mortos-vivos!

Brasília é uma cidade zicada. Brasília é uma cidade mal-assombrada. Brasília é um cemitério cheio de almas penadas e verbas depenadas. Brasília é uma capital amaldiçoada. Segundo o falecido Brizola, Brasília tem um sapo barbudo enterrado em algum canto do Planalto.
Nada deu certo em Brasília. Desde que Brasília foi fundada, só deu ruim. Eu tenho como provar essa minha teoria: Juscelino gostava tanto da cidade que, assim que a inaugurou, se mandou pro Rio. Jânio Quadros achou Brasília um porre e, por isso mesmo, renunciou. Aliás, para o Jânio, tudo era um porre. Jango não gostava de Brasília e os militares não gostavam do Jango e, por isso mesmo, veio a Ditadura Militar. Os militares foram os únicos sujeitos que gostaram de Brasília. Gostaram tanto, mas gostaram tanto, que ficaram 21 anos por lá. Foram tempos em que os Bolsonaros mandavam no Brasil. Deu no que deu.
Então, depois da milicada, veio o Tancredo, que, por conta da danação da cidade, morreu antes de tomar posse. Depois veio o Sarney, que, pior ainda, tomou posse e não morreu. Collor de Mello foi criado em Brasília. Ele era uma espécie de Carrie, a Estranha. E isso já diz tudo. Itamar Frango devastou o cerrado da modelo Lilian Ramos e quase foi preso pelo Ibama. Depois, veio FHC, que gostava tanto de Brasília que passou seus dois mandatos viajando. Lula e Dilma adoravam Brasília, mas detestavam o Brasil e preferiram acabar com o país a acabar com o Detrito Federal.
Brasília hoje vive seus piores dias de danação. Ministros, juízes, deputados, senadores e funcionários-fantasma arrastam correntes pelos corredores dos palácios desertos e mal-assombrados, mas não assustam mais ninguém. Na verdade, são eles que morrem de medo quando o japonês da Polícia Federal, uma espécie de Godzilla bonzinho, aparece.
Para dar um jeito no mau-olhado da Capital Foderal, chegaram até a contratar um pai de santo para fazer um trabalho e dar um basta na urucubaca de Brasília. Mas, como ninguém quer saber de trabalho naquela cidade, o macumbeiro superfaturou a obra e hoje vive num paraíso fiscal. Além do mais, não ia ter tem como arriar despacho porque não existe encruzilhada na Capital Federal. Fizeram de propósito.
E, do jeito que Brasília está, não tem galinha preta nem bode preto que o santo aceite. Nem mesmo uma manada de bois pretos da Friboi serve para fazer sacrifício. Na verdade, as entidades do candomblé não estão mais baixando nos terreiros da capital. Pode bater tambor e tomar marafo a noite inteira que não desce nenhum Preto-velho, nenhuma Cabocla Jurema, nem Zé Pelintra, muito menos o Exu Caveira e a Vovó Conga. Iemanjá nem pensar porque Brasília não tem mar. E sabem por quê? Acabou a verba pro despacho. Se não tem mais grana para emitir passaporte, vai ter grana para algum “cavalo” incorporar?
Deprimido, Michel Temer não sai mais do seu caixão nem para chupar sangue de virgem. Mesmo porque há muito tempo não tem mais nenhum político virgem em Brasília. Todos já levaram algum por fora... e por dentro também!
Agamenon Mendes Pedreira é macumbeiro da linha kardecista.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

DOCUMENTOS COMPLICAM DELAÇÃO DE JOESLEY


O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA

O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA 

Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável! Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O “talento assusta”. Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava numa carreira difícil, Isso na Inglaterra. Imaginem aqui, no Brasil. Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência”. A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder. Mas, é preciso considerar que esses medíocres ladinos oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar. Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos. Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do “Elogio da Loucura”, de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precise fingir de burra se quiser vencer na vida. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas, boicotam automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, e também os encastelados medíocres se fecham como ostras, à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar. Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas… Enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender. É um paradoxo angustiante! Infelizmente, temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida. Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues… “Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra“. O problema é que os inteligentes gostam de brilhar!!! Que Deus os proteja, então, dos medíocres!…