Com um possível
impeachment da presidente Dilma Rousseff, o vice, Michel Temer (PMDB),
assumiria a Presidência da República até 2018. No entanto, há pelos menos cinco
cenários hipotéticos em que novas eleições seriam convocadas antes do previsto.
Confira:
Possibilidade 1: Dilma e Temer são cassados
O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) analisa, desde o ano passado, uma ação de impugnação da eleição
da presidente, com base em acusações do PSDB de que a campanha da chapa
Dilma/Temer teria sido financiada parcialmente pelo esquema de corrupção
envolvendo a Petrobras e investigado pela Operação Lava Jato.
Se o tribunal
julgar o pedido procedente, tanto a petista quanto o peemedebista poderiam ser
cassados.
Neste cenário,
assumiria temporariamente o poder o presidente da Câmara dos Deputados (função
exercida atualmente por Eduardo Cunha, também do PMDB).
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Se essa cassação
ocorresse ainda na primeira metade do mandato (ou seja, até o fim deste ano), o
líder do Legislativo teria de convocar novas eleições em até 90 dias; mas, se
fosse decidida na segunda metade do mandato, o Brasil teria eleições indiretas,
com apenas deputados federais e senadores apontando um sucessor.
É importante
ressaltar que o resultado das eleições de 2014 não seria levado em conta - ou
seja, o senador Aécio Neves (PSDB), derrotado por Dilma no segundo turno, não
assumiria a Presidência. Mas, obviamente, poderia disputar o novo pleito.
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Possibilidade 2: Renúncia coletiva
Outra possibilidade
teórica para convocação de novas eleições seria uma improvável renúncia
coletiva da presidente e do vice. Neste caso, o presidente da Câmara assumiria
temporariamente e novas eleições seriam convocadas.
Possibilidade 3: Temer é alvo de impeachment
Já existem
articulações para encaminhar um pedido de impeachment de Temer caso ele venha
assumir a cadeira presidencial. Se tivessem sucesso, o cenário de novas
eleições se repetiria.
Mas é bom lembrar
que, para ser acolhido, um pedido de afastamento contra ele teria de ter como
argumentos irregularidades ocorridas durante seu mandato na Presidência da
República.
Importante também
notar aqui que os prazos determinando a eleição direta e indireta seriam
contados a partir do início do segundo mandato de Dilma (1º de janeiro de
2015), não a partir do início do período "tampão" de Temer.
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Possibilidade 4: Temer assume... e renuncia
Um possível governo
Michel Temer não estaria imune à instabilidade. Além das pressões políticas, o
vice pode também ser alvo da Justiça, uma vez que foi citado na delação do
senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS).
Na colaboração
premiada que firmou com a Procuradoria-Geral da República, Delcídio, que foi
líder do PT no Senado, afirmou que Temer articulou a indicação de Jorge Zelada
para o cargo de diretor da área internacional da Petrobras e de João Augusto
Henriques para a BR Distribuidora.
Zelada, apontado como
o elo do PMDB no esquema, foi condenado a 12 anos de prisão. Temer disse que
não participou das indicações, e o PMDB nega ter participação no caso.
Diante de uma
eventual escalada nas pressões, um possível cenário seria o de renúncia do
peemedebista. Neste caso, o presidente da Câmara assumiria a cadeira
presidencial até novas eleições diretas ou indiretas, assim como listamos na
possibilidade 1.
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Possibilidade 5: Referendo é aprovado
Parlamentares no
Senado e na Câmara querem levar a plenário propostas de referendo para que a
população decida sobre o afastamento ou não de Dilma e Temer.
O modelo defendido
é o de referendo revogatório (também conhecido como "recall"),
adotado em países como Alemanha, Estados Unidos (em determinados Estados),
Suíça e Venezuela.
Diferente do
impeachment, que exige a comprovação de crimes políticos, o "recall"
prevê que presidentes e parlamentares possam ser afastados em caso de
ineficiência ou desaprovação popular, se a maioria da população assim decidir.
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Na última
sexta-feira, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) defendendo a pauta.
"A melhor
alternativa para esta crise é levar para a soberania popular resolvê-la",
disse Randolfe à BBC Brasil. "O governo padece de uma crise de
legitimidade. O impeachment não resolve o problema, porque (Michel) Temer já
foi citado algumas vezes na Lava Jato (na delação do senador Delcídio do
Amaral)."
A proposta, no
entanto, não conta com apoio para ser aprovada: "Por mim, e acho que pela
maioria esmagadora dos deputados, esta PEC não será acolhida. O que interessa
ao PSOL e à Rede em defender o referendo? Essa proposta é um arranjo. É baseada
em interesses partidários que não podem prevalecer sobre o interesse
nacional", disse à BBC Brasil o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy
(BA)
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