Texto de Caio Almendra:
Não há provas que Bolsonaro sabia de antemão e menos ainda que é o mandante do assassinato. Agora, há uma orgia de provas que ele e sua família tinham uma relação promíscua com a milícia, em especial a que assassinou Marielle.
Quando Flávio Bolsonaro precisou de alguém de confiança para desviar salários que deveriam ir para assessores, ele contratou a esposa e a mãe de um miliciano, Adriano da Nóbrega, hoje procurado pela investigação do assassinato de Marielle. Ou seja, Adriano escondia o crime de Flávio Bolsonaro e Flávio Bolsonaro defendia milicianos na imprensa.
Jair Bolsonaro via todo dia um ex-sargento da PM com soldo de 7mil reais por mês entrar no mesmo condomínio que ele com um carro blindado de 120mil reais e estacionar numa casa de 5 milhões de reais. Ele nunca se importou com isso, nunca levou isso para a corregedoria, para seus amigos na polícia, nada. Policial com gastos incompatíveis com sua renda não é indicativo de nada, afinal.
Flávio Bolsonaro, na ocasião da morte da juíza Patrícia Acioli, se prestou ao papel de defender os polícias e inferir que a juíza causou a própria morte ao ser grosseira com policiais. Ele, também, defendeu policiais que bateram em uma juíza que investigava se haviam regalias ilegais dentro de um presídio para ex-policiais.
Jair Bolsonaro há poucos dias atacou Chico Otávio e sua família, ambos jornalistas. O Chico investiga a ação de milícias no Rio.
E é essa a questão: não é necessário que Jair Bolsonaro seja mandante de um assassinato. O fato dele ter relações ultra-promíscuas com milicianos já é suficiente para ele não dever ocupar a cadeira presidencial. No mínimo, ele jogou por anos esse jogo de "não quero nem saber o que esses milicianos fazem" e isso se chama conivência.
Toda falsa equivalência, toda alegação de que "pode ser coincidência" e todo espantalho do tipo "então você está dizendo que ele é o mandante do crime mesmo sem provas disso" são discursos desonestos que visam nublar a questão.
Jair Bolsonaro e sua família tem relações indevidas com a milícia e isso já é em si absolutamente inaceitável.
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